Pela imediata revogação da lei infame

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Confraria Plínio Alexandre Zalewski (PAZ)*

             O Parlamento é expressão da democracia ou nada é.  Deve servir à Constituição e, nessa missão, integrar o sistema de garantias fundamentais que consagram os direitos humanos. Se, pelo contrário, o Poder Legislativo viola a Constituição e se alinha aos que propõem a ruptura do Estado Democrático de Direito, então temos um Poder corrompido e imprestável.

            Nós, cidadãos e cidadãs de Porto Alegre, alguns já homenageados pela Câmara Municipal, conclamamos nossos representantes à revogação imediata da Lei 3.530/2023, que instituiu a data de 8 de janeiro como o “Dia do Patriota”,  dia em que um grupo de radicais de extrema direita tentou um golpe de Estado no Brasil e vilipendiou as sedes  dos Poderes da República.

            A repulsa aos golpes de Estado, a defesa das prerrogativas das nossas instituições e o apreço pelo debate respeitoso une os democratas de todos os matizes político-ideológicos. A proposição da violência, o ataque às instituições e o ódio caracterizam as posições radicalizadas que devem ser contidas e responsabilizadas por seus crimes, não homenageadas. Que o Parlamento de Porto Alegre tenha permitido que uma homenagem ao golpismo tenha se transformado em Lei Municipal é algo que já nos assegurou posição destacada no anedotário nacional. Que esse mesmo Parlamento se recuse a rever esse ato de deboche, é algo que inscreverá o nome de Porto Alegre na história universal da infâmia.

1. Afonso Armando Konzen – Procurador de Justiça aposentado.

 2. Alceu Terra Nascimento – Educador, presidente da Fundação Gerações.

 3. Antonio Carlos Brites Jaques – Mestre em Economia, ex-presidente da CEEE, do Conselho de Administração do Banrisul e ex-secretário de Estado da Fazenda/RS.

 4. Ana Severo – Economista, auditora fiscal aposentada.

 5. Antônio Hohlfeldt – Prof. PPG Comunicação Social e PPG Letras, PUCRS – ex-vereador, ex-vice-governador do RS, cidadão emérito de Porto Alegre.

 6. Carmen Lícia Palazzo – Historiadora e economista, integrante do Instituto Histórico e Geográfico do DF (IHG-DF).

 7. Daniela Sallet – Jornalista, vice-diretora depto de Política Ambiental da ARI.

 8. Elton Bozzetto – Teólogo, jornalista e presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Bem-Estar e do Desenvolvimento Social (SENALBA/RS).

 9. Flávio Ferreira Presser- Engenheiro civil e ex-Diretor-Geral do DMAE.

 10. Gunter Axt – Historiador.

 11. Hilda de Souza – Bacharel em direito, professora universitária e deputada estadual constituinte.

 12. Juliano Corbelini – Doutor em Ciência Política.

 13. Leda Lucia Camargo – Embaixadora aposentada.

 14. Leo Voigt – Cientista político e cidadão benemérito de Porto Alegre.

 15. Luciano Bruxel – Frade Franciscano, militante da defesa dos direitos da Criança e do Adolescente, cidadão emérito de Porto Alegre.

 16. Luiz Inácio Germany Gaiger- Doutor em Sociologia, pesquisador do CNPq.

 17. Marco Antônio Vargas Villalobos – Jornalista.

 18. Marcos Rolim – Prof. PPG Direitos Humanos UniRitter, ex-deputado estadual e federal, cidadão emérito de Porto Alegre.

19. Maria Carmen Silveira Barbosa – Prof. PPG Educação da UFRGS.

20. Nelnie Viale Lorenzoni – Advogada e mediadora; vice-presidente da Associação Brasileira de Mulheres de Carreiras Jurídicas/RS (ABMCJRS).

 21. Paulo Roberto de Almeida – Diplomata.

 22. Simone Mariano da Rocha – Procuradora de justiça.

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*Coletivo formado em 2016 por um grupo independente de intelectuais gaúchos, com posições político-ideológicas distintas, que se reúne para debater temas de interesse público, da política, da cultura e da ciência, em torno dos ideais democráticos e republicanos.

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